A HISTÓRIA POR TRÁS DO
TERRENO DA UEMG

Uma trilha pela história
e diversidade
As primeiras décadas do século XX em Barbacena, inauguram as inovações e consolidam projetos da virada do século anterior. A "Estação Sericícola de Barbacena" é uma indústria escola destinada a disseminação da cultura da seda natural no Brasil. Por trás deste projeto está o imigrante italiano Amílcar Savassi.
A sericultura guarda consigo traços de grande importância no desenvolvimento do contexto social e urbano da cidade de Barbacena. É localizada em um cenário com reminiscências de Mata Atlântica e atualmente suas dependências abrigam além da Secretaria Regional de Saúde de Barbacena, o terreno da UEMG.
A sericicultura, é uma arte milenar que começou na China há cerca de 5000 anos. Ela compreende a cultura da amoreira, a criação do bicho-da-seda e a produção dos fios de seda para a indústria têxtil, sendo considerada uma das atividades agroindustriais mais antigas praticadas pelo Homem. Os quatro maiores produtores mundiais de seda são a China, o Japão, o Brasil e a Índia.
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Fonte: ROMANO, B. D. *História local e Patrimônio Industrial: Visitando e aprendendo com a Estação Sericícola de Barbacena. * 73f . Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO),- Rio de Janeiro, 2019.
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Casulos prontos para beneficiamento. Cada casulo tem três camadas de seda e fornece até 1.000 metros de fio. Quanto mais branco maior o seu valor. Sem data. Acervo Museu Municipal. Foto: Dayane Busato Romano. Em: 19/10/2018.


O surgimento da Estação da Sericícola em Barbacena

Os Decretos de número 9.671 e 9.672 de 10 de julho de 1912 criaram as estações sericícolas de Barbacena, em Minas Gerais, e Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul (RIBEIRO, 2012:195.), sendo as primeiras desse tipo no Brasil. A campanha sérica empreendida pelo imigrante italiano Amílcar Savassi iniciada em 1897, enfim, materializou-se em indústria.
Nascido em 15 de agosto de 1876, veio para o Brasil em 1887 e iniciou seus trabalhos de incentivo a sericicultura em 1897. O jornal O Sericicultor, de 21 de julho de 1912, publicou o seguinte trecho em matéria acerca da fundação da fábrica:
[...] Nós (a administração e direção do jornal, tendo à frente Amílcar Savassi), que, desde o anno1 de 1897, há cerca de 15 anos portanto, nos viemos batendo desinteressadamente em prol da sericicultura no País e em especialmente neste Estado – não podemos deixar de congratularmo-nos com o digno titular da pasta da Agricultura, exmo. Sr. Pedro de Toledo, pela salutar medida que acaba de ser aprovada (...). (ANDRADA, 2006:32-33)
Apesar do marco histórico de fundação da fábrica em 1912, toda a estrutura agrícola e mecânica foi sendo preparada por seu idealizador junto ao governo federal, estadual e municipal, redes de transporte, colonos e demais interessados nos anos anteriores. Parte desse processo era também registrado e publicado pelo jornal O Sericicultor, fundado em 1906.
A Colônia Rodrigo Silva, instalada em 1888 pelo Governo Imperial, foi o principal terreno desta empreitada. Cedida ao Estado de Minas Gerais em 1890, com uma área inicial de 37.802.670,20 m², a colônia foi habitada essencialmente por imigrantes italianos que em 1911, representavam 1.364 habitantes dos 1.614 que ali se instalavam, entre eles Amilcar Savassi, o qual foi nomeado diretor da Colônia em 1898, quando logo começou a incentivar a plantação de amoreira e a criação do bicho-da-seda, além de outras iniciativas agropecuárias. (SAVASSI, 1991:208) A ocupação de colonos se dava, a princípio, da seguinte maneira:
[...] A concessão dos lotes deverá ser gratuita ou onerosa, conforme o nucleo tiver sido estabelecido em terrenos devolutos ou adquiridos pelo Estado. Compreende-se que, neste último caso, o nucleo será estabelecido em terrenos que, pela sua qualidade e situação, oferecerão maiores facilidades de exito para os colonos. Pelo preço da casa e dos demais auxilios do primeiro estabelecimento, serão debitados os colonos para pagamento em prestações. Logo que o colono tenha saldado o seu debito, terá direito ao título definitivo do lote, se neste, desde o seu estabelecimento, tiver mantido cultura efetiva e morada habitual. 2
Para contemplar o pré-requisito de cultura efetiva, o estado subsidiava as sementes para as primeiras plantações:
Conforme noticiados em nosso numero passado, continua, a administração da colonia, a fazer distribuição gratuita de semente de arroz a todos quantos queiram dedicar-se a esse ramo de agricultura neste município. A semente foi fornecida pela Directoria Geral de Agricultura do Estado. 3
A diversidade de gêneros agrícolas marcou os anos iniciais de desenvolvimento da Colônia Rodrigo Silva e, para efeitos de registro e notoriedade do local, Amílcar Savassi emitia frequentemente em seu jornal, relatórios acerca das atividades
desenvolvidas:
Tende a desenvolver-se cada vez mais a viticultura. Para o enxerto das variedades existentes (...), trouxe da Itália algumas variedades de uvas brancas e pretas, que já distribui entre os colonos (...). Também a pomicultura esta se desenvolvendo regularmente na colonia. Com as variedades de enxerto que pedi e que me foram remetidas pela Sociedade Nacional de Agricultura (...), já se colhem algumas fructas de variedades diversas, como sejam: maçãs de varias qualidades, figos, ameixas do Japão etc. 4
Essa diversidade de culturas proporcionou a fixação dos colonos, que também foram frequentemente incentivados ao cultivo da amoreira e do bicho-da-seda, como parte da grande empreitada para instalação da indústria sérica promovida por Amilcar Savassi. Entre os diferentes gêneros, “na Colonia Rodrigo Silva, fornece-se gratuitamente, mudas da amoreira e ovulos do bicho da seda.”5
Antes da fundação da Estação Sericícola de Barbacena em 1912, Amílcar Savassi empreendeu campanhas de plantio de amoreiras, já que a folha dessa arvore é o alimento do bicho-da-seda, e de cultura do Bombyx mori, o bicho-da-seda, cuja larva desenvolve o invólucro sérico que resulta no fio da seda. Em outras palavras, o bicho fabrica o seu casulo e nele se aprisiona para fazer a sua metamorfose em borboleta, e é deste casulo que se origina o fio para a fabricação da seda.
Amílcar Savassi preocupava-se em orientar aos interessados sobre o cultivo de amoreiras e justificou ser necessária instrução, pois [...] sem methodo, sem perseverança, sem instrucção, sem pratica, sem o ensino - por mais elementar que seja a industria agricola, fica ella exposta a accidentes e mallogros que redundam em desanimo e descredito.” 6
Dessa forma, construiu e consolidou tal prática publicando instruções:
[...] Estamos no mês de agosto, ocasião justamente em que devemos começar o plantio da amoreira por estaca. E’ sufficiente como temos asseverado milhares de vezes, fincar um simples galho de amoreira na distância de 4/4 metros de um a outro pé.
[...] Entre, porém, todas as operações sericícolas, nenhuma é de maior importancia do que a que se refere à criação do precioso bombyx, causa primordial de immensa actividade, porque sem essa base não poderiam existir as succecivas operações. 7
Outro método de incentivo ao conhecimento acerca da sericicultura e envolvimento com esse trabalho era a realização de concursos, às vezes realizados pelo próprio jornal, como o de título Concurso Util:
Como estímulo aos que se interessam pelo nosso desenvolvimento industrial - abrimos hoje um concurso - com as seguintes perguntas: Os ensaios da Sericicultura autorisam a esperar-se da exploração dessa industria em larga escala grandes vantagens? Quaes os meios praticos e exequíveis para incremental-a no paiz? Como recompensa aos que melhor solução derem ao questionário formulado, offerecemos tres premios (...), geralmente pagos com peças de tecido de seda já produzidos na Colônia Rodrigo Silva. Em viagem à Itália em 1905, Amílcar Savassi frequentou a Real Escola de Sericicultura em Milão e visitou diversos estabelecimentos séricos da Itália, Alemanha e Suíça, confirmando que a produção de seda era possível e rentável. Ao regressar, registrou:
A Itália tira de sua produção sericícola mais de 30 milhões. Estes factos são eloquentes e devem convencer os agricultores, dos grandes lucros que podem provir-lhes desse ramo de producção agrária. [...] 9
Apesar dos dados trazidos por ele, era necessário pensar um projeto para o Brasil, mais especificamente uma colônia de imigrantes do Estado de Minas Gerais,pertencente a Barbacena. Todo aparato foi então sendo projetado para a adequação da indústria neste espaço, desde a produção da matéria prima ao mercado revendedor da seda. Em campanha, Amilcar Savassi apresentava as vantagens e estratégias para o negócio:
As condições que me parecem necessárias e sufficientes para que uma industria qualquer possa desenvolver-se, prosperar e ter exito garantido são as seguintes:
a) Haver facilidade para a produção da materia prima;
b) Dispor de meios para sua propaganda;
c) Ter mercado para a materia prima;
d) Existirem machinismos aperfeiçoados para o beneficiamento e pessoal apto para todo o serviço;
e) Ter facilidade para a collocação os productos fabricados ou beneficiados.[...]
Com effeito, a cultura da amoreira, como ninguém ignora, tem sido já experimentada, com verdadeiro successo, e está desenvolvendo-se em todas as regiões de Minas, não constando que em parte alguma tenha sido essa planta atacada por doenças. A criação do bicho da seda tambem já tem sido feita e com o mesmo successo, em diversos municipios só Estado, taes como: Barbacena, S. João d'El-Rey, Marianna, Ouro Preto, Viçosa, Cataguazes, Leopoldina, Mar d'Hespanha, Aguas Virtuosas, Bello Horizonte e muitos outros.
[...] Accresce ainda que, a amoreira vegetando em nosso clima quasi continuamente, se poderá fazer, em cada anno, mais de uma criação do bicho da seda, como se tem praticado na colonia “Rodrigo Silva”, o que constitui um motivo de real vantagem para o exito desta industria entre nós.
[...] Naquela colonia, centro principal desta industria, dispõe o Sr. Amílcar Savassi dos elementos indispensáveis a sua propaganda. De facto, já existem ali muitos milhares de pés de amoreira; desenvolvida criação de bichos da seda, feita pelos colonos e pelo director; grandes viveiros de amoreira da melhores qualidades; para distribuição gratuita de mudas; que já gosam de transporte ferroviario tambem gratuito 10; ovulos do bicho da seda de producção nacional e importados da Itália, para distribuição nas mesmas condições e um excelente periodico “O Sericicultor”, pelo qual Savassi faz propaganda escrita desta industria, mostrando as vantagens, indicando, com conhecimento proprio, as melhores variedades da amoreira que distribue, o modo do seu plantio, os cuidados necessarios á criação do sirgo, e responde tambem ás consultas que lhe são feitas nesse sentido, de modo a aproveitar a todos os interessados. Não falta, pois, mercado para a materia prima.11
Na mesma viagem à Europa, de 1905, Amílcar Savassi adquiriu, às expensas do governo mineiro, maquinismos de fiação do casulo do bicho-da-seda, preparo do fio e tecelagem, que foram instaladas na Sede da Colônia Rodrigo Silva.
[...] Os machinismos para fiação e tecelagem foram adquiridos na Itália, em Luino, no estabelecimento do Cav. Gio-Battaglia, estabelecimento este que já installou diversas e custosas fábricas de fiação e torcedura na Austria, por conta do governo daquelle paiz, e innumeras na Itália, França e em muitos outros paizes.12
Dessa forma, em 1906, a fábrica foi montada na sede da colônia Rodrigo Silva e, por representar o desenvolvimento na região, recebia já no início de seu funcionamento, visitas importantes:
Distinguiu-nos com sua visita o laborioso Presidente do município, Exmo. Sr. Dr. Henrique Diniz. S. Exa. Percorreu todas as dependências da fábrica de fiação e tecelagem de seda, prestes a inaugurar-se na colônia.13
E mais, acompanhado de seu filho José, tivemos o immenso prazer de receber a visita do idolatrado mineiro Exmo. Sr. Dr. Bias Fortes. S. Exa. percorreu, acompanhado do director da colonia, todas as dependencias da fabrica de fiação e tecelagem de seda, que em breve será inaugurada na colonia. Ao honradissimo chefe politico agradecemos a honroza visita.14 Em 1907, o que viria a ser a fábrica inaugurada em 1912 começa a ser instalada no local onde hoje se encontra este bem patrimonial até hoje:
De accordo com a autorisação dessa Inspectoria, em officio sob n.25 do dia 18 de abril próximo passado, dei começo no dia 23 do referido mez, ao serviço da adaptação da ex-Chacara “dr. Penna”, para o assentamento dos machinismos por mim adquiridos na Europa, por conta do governo do Estado, os quaes estão relativamente adeantados. 15
Amilcar Savassi necessitou solicitar dinheiro e favores às diversas esferas públicas para a realização deste projeto, ainda que recebesse apoio, pois era necessário mais que isso. Em um pedido de expensas para a realização da Indústria em carta de 09 de novembro de 1907, publicada no referido jornal, Amilcar solicita “Autorisação ao Poder Executivo para despender, no exercício de 1908, em favor da industria serica, a quantia de 70:000$000 (...)”,16 além de incentivo fiscal para o transporte que de acordo com o disposto na ordem de serviço sob n. 1744 de 4 de Março de 1904, da directoria da Estrada de Ferro Central do Brasil serão despachadas GRATUITAMENTE as mudas de amoreira em qualquer e para qualquer estação da referida Via-ferrea.17
Recorrendo a mais este mecanismo para execução deste projeto sérico, a fábrica estava já montada e em atividade por volta de 1908. Amostras do tecido produzido eram enviadas às feiras, concursos e também pessoas reconhecidas socialmente: “O Sr. Ministro da viação recebeu ha dias, acompanhando alguns officios, varias amostras de seda fabricadas na colonia Rodrigo Silva”18, ainda em 1907, antes mesmo de alguns decretos acerca do incentivo à produção sérica serem estabelecidos no país.
Em 1910, já com relativo sucesso, a sericicultura ganhou mais benefícios. Pelo exmo. Sr. Dr. Rodolpho Miranda, laborioso Ministro da Agricultura, Industria e Comercio foi remettido, em data de 23 de fevereiro, ao seu illustre collega da Fazenda o seguinte officio:
“Sr. Ministro da Fazenda: Tendo o Sr. Amilcar Savassi, director da fabrica de Fiação e tecelagem de Seda da Colonia Rodrigo Silva, em Barbacena, no estado de Minas Geraes, provado, na concurrencia havida neste ministerio, em dezembro proximo passado, ter a sua fabrica preenchido as condições a que se refere o art. 16, n. I, lettra d da lei n. 2050, de 31 de dezembro de 1908 19, rogo-vos digneis de ordenar que no Tesouro Nacional lhe seja pago o premio de 22:500$000.”20 Assim, essa trajetória se consolidou com o Decreto Nº 9.662, de 10 de julho de 1912, quando a Estação Sericícola de Barbacena é criada pelo Ministério da Agricultura, o qual controla suas atividades, tratando-se, portanto, de um órgão oficial que, além do beneficiamento da seda, fazia a propaganda sérica em todo o Brasil.
Foi criada na condição de estação experimental, como outras congêneres, de outros setores, como o da cana de açúcar e do algodão, constituindo-se de uma das primeiras tentativas do Ministério da Agricultura em desenvolver, de forma sistemática, a pesquisa agropecuária no começo do século XX. (RIBEIRO, 2012:224)
[...] Primeira repartição oficial especializada, a Fazenda Regional de Criação de Barbacena tem a seu crédito o fato de haver sido a pioneira da sericicultura no Brasil, pois efetivamente aqui se plantou em definitivo a semente que haveria de germinar e difundir-se para outros estados (São Paulo, Paraíba, Amazonas, Espírito Santo, Santa Catarina, Pará, etc.). (DOSSIÊ, 2004)
A Estação distribuiu gratuitamente mudas de amoreira, óvulos selecionados do bicho-da-seda e instruções práticas sobre a cultura da amoreira e a criação do sirgo. Amílcar Savassi foi nomeado diretor da Estação em 7 de agosto de 1912.
“De 1912 a 1915, 357.860 mudas de amoreira e 16.875 gramas de óvulos do bicho-da-seda foram distribuídos pela referida estação. ” (RIBEIRO, 2012:169)
Dispondo de uma área de 236.696 m² para suas culturas, nos intervalos das alas de amoreiras eram plantadas outras árvores frutíferas para o aproveitamento inteligente do terreno, acompanhando assim o desenvolvimento agrícola da Colônia Rodrigo Silva que abastecia com gêneros agrícolas a cidade de Barbacena.
Em 1915, a infraestrutura da Estação permitia a fabricação de vestidos de seda, coletes, echarpes e meias. Os principais prédios da fábrica, que permanecem erguidos, eram destinados à Sessão Experimental, Escola de Sericicultura, a Secretaria e o Departamento de Fiação e Tecelagem.
Disponível em: https://www.acontecebarbacena.com.br/2020/07/barbacena-historia-colonizacao-italiana.html



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Foto de Amílcar Henrique Savassi, retirada do site: https://www.flickr.com/photos/92995412@N08/9128046040/in/photostream/
Sobre o bicho-da-seda

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Nome científico Bombyx mori.
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Este inseto tem está denominação "bicho-da-seda", por que o seu casulo produz um fio que é usado para produzir a seda.
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Origem geográficas - de acordo com a distribuição geográfica, o bicho-da-seda tem origem Japonesa, Chinesa, Europeia e Indiana.



Biologia do bicho-da-seda
Lagarta ou Larva
O ciclo de vida, que é o tempo da eclosão do ovo até a formação do casulo é de 24 dias. Na fase de lagarta o alimento dela é exclusivamente as folhas da amoreira. Está planta é originária da China, botanicamente pertence à família Moracea e ao género Morus. A lagarta quando sai do ovo mede de 1 a 3 mm, cresce muito e necessita de trocar de exoesqueleto quitinoso (revestimento externo composto de uma substância química, a quitina). Está troca do exoesqueleto é denominada de muda. Para larva ou lagarta empupar, ou seja, virar casulo, ela passa po 4 mudas, também são denominadas de idade ou instar. Assim, da eclosão do ovo até a formação do casulo o bicho da seda passa por cinco idades. Traduzindo a larva para crescer para um pouco, fica sem se alimentar e faz isso 5 vezes. O tempo que leva para fazer isso é de 24 dias.



OVO
O ovo mede aproximadamente 1 a 1,3 mm, sendo oval e achatado. Depois da postura tem cor amarela, se fecundado passa a amarelo-forte, alaranjado e finalmente cinzento (6). Após a quebra do período de dormência a lagarta sai do ovo ao fim de 7 a 21 dias.
Formação do Casulo
Quando a lagarta atinge a 5ª idade, ela tem 7 cm de comprimento. O órgão mais desenvolvido é a glândula sericígena. Está glândula é a responsável por produzir o fio de seda que forma o casulo. Este fio é composto principalmente pelas proteínas fibroína e sericina. O fio é produzido pelas células da glândula sericigena e liberadas pela boca da larva. Após sair pela boca o fio de seda permanece mole por um certo tempo, permitindo que a lagarta cole entre si as diferentes camadas de fio para tecer o casulo.
O Casulo
Os casulos apresentam diferentes cores e formas. Isto está relacionado aos diversos grupos de bichos da seda existentes:
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quanto à cor: a branca é relativa aos grupos chineses e europeus; a amarela aos europeias e a esverdeada aos indianos.
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quanto à forma: arredondada é característica do grupo chines; ovalada aos europeu e a forma de amendoim ao japonês.
Existe uma preferência pelos casulos brancos por apresentarem maior facilidade no tingimento.
Pupa ou Crisálida
No interior do casulo o corpo da lagarta passa por uma mudança e transforma-se em pupa ou crisálida. O processo de mudança continua até à formação do indivíduo adulto, a mariposa. Este estágio dura cerca de 10 dias
Bicho-da-seda na fase adulta




Para sair do casulo a mariposa liberta um líquido que corrói uma das extremidades do casulo abrindo uma abertura para a sua saída. Quando sai do casulo o inseto, encontra-se na fase adulta. Neste estágio o inseto não se alimenta e sua única função é a reprodução, que é sexuada, pois exige um indivíduo macho e uma fêmea, para ocorrer o acasalamento, Após acasalar a fêmea faz a postura de 200 a 500 ovos e assim como o macho, ela morre. Este estágio tem a duração de cerca de 10 a 16 dias.
Fonte: http://bragancadev.cienciaviva.pt/2732/ciclo-de-vida-do-bicho-da-seda
Para que o fio de seda possa ser utilizado na indústria para a produção da seda, os insetos não podem perfurar o casulo e concluir o ciclo de vida. Assim, os casulos:
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Fonte: http://bragancadev.cienciaviva.pt/2732/ciclo-de-vida-do-bicho-da-seda
Legenda: Mariposa e ovos do bicho da seda
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Legenda: Larva do bicho da seda produzindo o fio de seda
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Fonte: http://bragancadev.cienciaviva.pt/2732/ciclo-de-vida-do-bicho-da-seda
Legenda: Casulo do bicho da seda. Dentro dele fica a larva que irá se transformar em uma mariposa.
Fonte: http://bragancadev.cienciaviva.pt/2732/ciclo-de-vida-do-bicho-da-seda
Legenda: Larva do bicho da seda alimentando da folha de amoreira
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Fonte: http://bragancadev.cienciaviva.pt/2732/ciclo-de-vida-do-bicho-da-seda
Legenda: Casulo com a pupa do bicho da seda em seu interior.
Fonte: http://bragancadev.cienciaviva.pt/2732/ciclo-de-vida-do-bicho-da-seda
Legenda- Larva do bicho da seda se alimentando da folha da amoreira
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Fonte: http://bragancadev.cienciaviva.pt/2732/ciclo-de-vida-do-bicho-da-seda
Legenda: Distribuição geográfica dos produtores de seda no mundo.



Como fazer para que a lagarta não vire mariposa para retirar o fio?
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Legenda: Lagartas acasalando
Um animal (inseto) produz sozinho um fio único de seda, que pode chegar a 1,3 km de extensão. No fim do processo a lagarta é morta por desidratação e depois escaldada para o casulo ser desfeito. Nem todas as lagartas são sacrificadas. Algumas seguem o ciclo normal, ou seja, a lagarta rompe o casulo, acasala, põe os ovos e outros bichos da seda irão se formar. Estas lagartas não sacrificadas são chamadas de matrizes.


